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10 Outubro 2017 festa de santo Tomàs da Villanueva |
«Sabem que há uma coisa que nunca fui capaz de compreender? É que, sendo Nosso Senhor infinitamente bom e nos ame sem medida, ao mesmo tempo os homens O amem tão pouco». Estas palavras revelam-nos o coração de um grande apóstolo, santo António Maria Claret.
Nascido na véspera de Natal de 1807 na cidade industrial de Sallent, província de Barcelona, António Claret foi baptizado no mesmo dia do nascimento do Salvador. Seus pais, tecelões de algodão, eram pessoas muito devotas. As primeiras palavras que ensinaram aos filhos foram os sagrados nomes de Jesus e de Maria. António, desde jovem, sentia uma grande devoção à Santíssima Virgem e gostava muito de frequentar os santuários dedicados à Sua devoção. No dia da sua primeira comunhão, considera-se a criança mais feliz do mundo. Desde pequenino que se sente atraído ao sacerdócio, por sua vez o pai destinou-o ao ofício de tecelão. António apaixona-se por esta arte que em pouco tempo domina na perfeição.
Embora fosse uma criança exemplar, mas só à custa de muitos esforços para ser fiel ao Senhor. A luxúria e a avareza apresentam-se-lhe como tentações sedutoras e, para as vencer, recorre à oração, acalentando uma especial devoção à Virgem Maria. Mais tarde, no seu catecismo da doutrina cristã, dá este conselho para a salvação das almas: “Se alguma tentação te assalta, invoca nesse momento Maria, venera a sua imagem, e garanto-te que se a invocas constantemente infalivelmente Ela virá em teu socorro e não pecarás”.
Demasiados obstáculos
Um dia, o jovem percebe que, apesar da sua fidelidade à prática diária da oração, existem demasiados obstáculos que lhe dificultam a vivência de união com Deus. Na igreja, sente-se assaltado por tantas ideias que, apesar dos esforços para as afastar, tem a cabeça cheia de distracções». Quando o pai lhe fala de uma oferta que tornaria possível expandir a fábrica, esbarra com as dúvidas do filho. Na verdade, há muito tempo que no seu coração ecoa a frase do Evangelho: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida?” (Mt 16:26). Algum tempo mais tarde, um grave acidente conduziu-o às portas da morte; compreendeu então que Deus o chamava e decidiu deixar tudo.
O seu primeiro pensamento foi tornar-se cartuxo, mas após algum tempo de reflexão, entra no seminário de Vic. Sob a direcção de um padre do Oratório, António fez grandes progressos interiormente, sobretudo no que respeita à virtude da humildade. Quando o elogiam pelos dotes naturais e sobrenaturais que possui em abundância, responde: “Sim, sou como um burro carregado de jóias e pedras preciosas, mas que não deixa de ser um burro “. Recebe a ordenação sacerdotal em 13 de Junho de 1835, e mais tarde foi nomeado vigário da sua paróquia natal, onde será pároco dois anos mais tarde. Os habitantes de Sallent sentem-se animados com o jovem padre, que dedica muita atenção à prática dos ofícios e ao rigor com que celebra a Santa Missa. Além disso, a sua caridade para com os pobres e doentes é extrema; dá sem medida, ao ponto de nada guardar para si. O seu zelo em instruir é ardente, e aproveita o tempo livre para se dedicar ao estudo.
À volta do jovem sacerdote, o mundo está a perder as referências: muitos dos seus contemporâneos têm uma fé insípida; inclusivamente nos meios católicos, o liberalismo afecta as almas. “O liberalismo na religião – enfatizou o beato John Newman, contemporâneo de António Claret – é a doutrina segundo a qual não há nenhuma verdade absoluta na religião, e que o valor de um credo é igual a outro qualquer”. Não admite que uma religião possa ser considerada como verdadeira. “Ensina que a religião revelada não é uma verdade, mas uma questão de sentimento e gosto; que não é nem um facto objectivo nem milagroso”. No entanto, Jesus revelou-nos que era a Verdade (Jo 14:6). O padre Claret luta contra esta onda de liberalismo filosófico e religioso, para enraizar profundamente nos corações os princípios da fé e da moral cristã, o destino final do homem e a vacuidade do mundo.
Em 1839, dirige-se a Roma com o intuito de ingressar no noviciado da Companhia de Jesus. O intento apenas dura alguns meses, mas confere-lhe um novo impulso para trabalhar pela salvação das almas. “Deus concedeu-me uma enorme graça – escreverá na autobiografia – ao conduzir-me a Roma e aí ter podido viver, embora que por pouco tempo, entre religiosos tão devotos. Oxalá, aprouvesse a Deus que eu o tivesse aproveitado melhor! Mas, se o benefício foi pequeno para mim, foi importante para os outros. Lá, pude aprender o método correcto de pregar os Exercícios de Santo Inácio, de ensinar o catecismo e de confessar com grande proveito para as almas. Louvado sejais, Senhor, por tudo e fazei que Vos ame e que todos Vos amem e sirvam! Que todas as criaturas sintam quão bom e misericordioso sois!». Mais tarde, dirá sobre os Exercícios: “são um dos meios mais poderosos de que me servi para a reforma do clero”.
Após o seu regresso a Espanha, em 1840, o padre António Claret foi nomeado pároco de Viladrau, onde deu mostras de tudo o que é capaz no seu amor ao próximo. «Quando estava na paróquia de Viladrau - diz ele-, velava o melhor possível pelas necessidades espirituais dos fiéis. Aos domingos e dias festivos, explicava o evangelho na missa solene, e de tarde ensinava o catecismo às crianças. Visitava os doentes, todos os dias. Infelizmente, aquela cidade não dispunha de médico. Assim, tornei-me no médico das almas e dos corpos, pondo em prática os meus conhecimentos gerais e a informação que encontrava nos livros de medicina». «O Senhor secundou tão bem o meu zelo que nenhum dos pacientes que passou pelas minhas mãos morreu».
Buscar as verdadeiras causas
“Quando cheguei a Viladrau – revelará mais tarde –, eram muitos os que se consideravam possessos do demónio, e as suas famílias instavam-me a exorcizá-los, pois eu tinha ordem para o fazer. Constatei que apenas um em cada mil estava realmente possuído; o mal-estar dos demais devia-se a causas físicas ou morais”. Para remediar esta situação, o padre Claret dava conselhos apropriados: ao comprovar que, com frequência, os supostos possuídos deixavam-se dominar pela ira e pelo abuso de álcool, recomendava-lhes que fossem pacientes com o seu mal, que nunca se encolerizassem e que vivessem com sobriedade. Em seguida, sugeria-lhes que rezassem três vezes ao dia sete Padre-Nossos e sete Ave-Marias em honra das sete dores da Santíssima Virgem, que fizessem uma confissão geral dos pecados cometidos durante a vida e que recebessem de seguida a Sagrada Comunhão. Na maioria das vezes, aqueles que seguiram os seus conselhos vieram agradecer-lhe e dizer-lhe que estavam completamente curados.
Uma das ocupações preferidas por António Claret é o ensino do catecismo: “Por o catecismo ser a base da instrução moral e religiosa das crianças, sempre acreditei que era a mais importante forma de apostolado. Como a alma das crianças é mais maleável do que a dos adultos, elas podem aprender a doutrina com mais facilidade e conservá-la impressa na alma. (…) O que mais fortemente me impeliu a instruir as crianças foi o exemplo de Jesus Cristo e dos Santos. Deixai vir a mim os pequeninos – disse Nosso Senhor –, e não os afasteis porque o Reino de Deus pertence aos que são como eles (Mc 10:14). É verdade que, aos olhos de Deus, uma criança que manteve a inocência por meio de uma boa educação é um tesouro mais precioso do que todas as riquezas do mundo”. E acrescenta: “O catecismo para adultos é, na minha opinião, a melhor maneira de os ajudar. Através do catecismo, livramo-los da ignorância, que é maior do que o que possamos imaginar. Os pregadores pensam, às vezes, que aqueles que escutam os seus sermões são pessoas instruídas na religião e nas suas obrigações; mas equivocam-se completamente. (…) A matéria do meu catecismo é baseada sempre nos Mandamentos de Deus, que comentava com maior ou menor desenvolvimento. Nunca abordava desde o início os vícios predominantes entre os meus ouvintes, mas esperava tê-los cativado para o poder fazer. Então, supondo-os bem preparados, abordava os assuntos mais graves; os meus ouvintes, ao verem que derrubava os seus pequenos ídolos, não se revoltavam e, muitos arrependiam-se dos seus pecados”.
Um meio de acção eficaz
Além das instruções catequéticas, o padre Claret esforça-se por fazer o bem a todos os que encontra. «As conversas com as famílias são outro meio da acção igualmente eficaz sobre as almas! Quando era estudante, li que entre os primeiros membros da Companhia de Jesus, havia um irmão leigo, que se encarregava das compras. Saía todos os dias para cumprir os seus deveres e, nas conversas com os seculares, era tão edificante e amável que converteu mais almas que qualquer outro missionário. Esse exemplo causou-me tanta impressão que esforcei-me sempre por imitá-lo».
Propõe-se igualmente participar em missões populares nas quais não duvida em pregar os “Novíssimos do homem”: morte, juízo, inferno e paraíso. Tinha, desde a infância, marcadas na sua alma estas verdades fundamentais: «Os primeiros pensamentos que ocuparam a minha alma – escreve –, pelo menos os que guardo na memória, têm que ver com a eternidade. Tinha cinco anos de idade; estava na cama, e por não conseguir dormir pensava nestas palavras: sempre, sempre, eternidade! Imaginava uma distância enorme, à qual acrescentava outra e outra e ainda outra e nunca chegava ao fim. Então o meu coração estremecia, e dizia a mim mesmo: Os que vão para o inferno não vão parar nunca de sofrer? Não, nunca. Eles vão sofrer sempre? Sempre. Invadia-me uma grande compaixão para com os que são devorados pelas chamas, e sofria imenso com esta realidade, pois sou muito compassivo. Desde então, este pensamento ficou-me gravado profundamente, e posso dizer que continua a estar muito presente em mim. É ele que me move a trabalhar pela conversão dos pecadores. Frequentemente digo a mim mesmo: é uma verdade de fé que existe um céu para os bons e um inferno para os ímpios; é uma verdade de fé que a punição do inferno é eterna; é uma verdade de fé que basta um só pecado mortal não confessado para que uma alma seja condenada, por causa da infinita maldade do pecado mortal, que é uma ofensa a Deus infinito. A partir destes princípios absolutamente certos, quando vejo com que facilidade se comete o pecado, quando vejo a multidão de pessoas que estão continuamente em pecado mortal e que caminham, desta forma, para a morte e para o inferno, como poderia ficar com os braços cruzados? Não, é preciso correr, gritar. Digo para mim mesmo: se visse alguém cair num poço ou numa fogueira, seguramente que iria correndo e gritando e faria tudo o possível que impedisse a queda; Por que não faria a mesma coisa para impedir que as pessoas caiam no fogo do inferno?».
Como um bom filho.
Nas suas exortações, dom António recorda a necessidade de obedecer aos mandamentos de Deus para alcançar a felicidade eterna: “É certo que Deus é teu pai; Ele criou-te à Sua imagem e semelhança, e quer tornar-te herdeiro do céu. Esta é a finalidade para que foste criado. Mas quer que te comportes como bom filho; e se assim não procederes, ou seja, se violares os seus mandamentos e morreres sem arrependimento, não poderás alcançar o propósito para o qual foste criado. “Deus é teu pai e ama-te infinitamente. O amor que tem por ti moveu-O a enviar o Seu filho para que fosse o teu Mestre e Médico, o qual, para curar a tua doença mortal, entregou como remédio o Seu sangue, usando a dose desse medicamento divino nos sagrados sacramentos». E para ajudar os homens na prática dos mandamentos, que podem parecer um fardo muito pesado, escreve: “Querido cristão: deves saber que o que me encorajou a escrever o que vou dizer é o grande amor que tenho por ti”. Deus é testemunha daquilo que digo ser a verdade e somente desejo a tua felicidade. Queres ser feliz neste mundo e na vida futura? Há um segredo para isso: não peques e conseguirás a felicidade. Que fazer para não pecar? Para isso há um remédio infalível: lembra-te da morte; pensa que vais morrer, e assim não pecarás”. Assim pois, presta atenção a estes conselhos que são para o teu bem. Agora põe ordem nos teus propósitos e abraça o estado em que gostarias de te encontrar na hora da morte. Faz uma confissão sincera e cheia de arrependimento pelos teus pecados; foge do mal; pratica as boas obras, dado que são os únicos bens que poderás levar contigo deste mundo».
António Claret publica mais de 150 obras e folhetos, e manda imprimir uma grande quantidade de imagens piedosas. Esta simples medida provocou várias conversões. Fundou igualmente numerosas confrarias. No entanto, a grande obra da sua vida foi a fundação da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, constituída em 16 de Julho de 1849. Trata-se de um grupo de sacerdotes que se dedicam à pregação e à catequese, ao mesmo tempo que levam uma vida religiosa fervorosa. Ele próprio escreve como deve ser um membro desta congregação: “Um Filho do Coração Imaculado de Maria é um homem que se consome de amor e tudo abraça no caminho. É um homem que actua incessantemente para acender o fogo do amor divino no mundo. «Que apenas pensa numa só coisa: trabalhar, sofrer e procurar sempre a maior glória de Deus e a salvação das almas, a fim de imitar Nosso Senhor Jesus Cristo».
Esta imitação do Senhor passa pela prática da virtude da humildade. O Padre Claret escreve: “Tentei imitar Jesus, que nos disse: «Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas» (Mt 11:29). Além disso, contemplava-O sempre no presépio, na oficina e no Calvário. Meditava nas suas palavras, acções, sermões, na sua maneira de comer, de vestir-se, no modo como se deslocava de uma cidade para outra. Sempre me animou seguir esse exemplo e dizia para mim mesmo: nas circunstâncias em que me encontro, como faria Jesus? «Então, tentava imitá-Lo e sentia-me feliz pensando na alegria causada por proceder dessa maneira».
Um fardo terrível
Tantas obras e virtudes fazem de António Claret um homem eminente. Em Agosto de 1849 foi nomeado arcebispo de Santiago de Cuba, nas Antilhas espanholas. Por humildade, rejeita veementemente, mas teve de ceder à autoridade do Núncio Apostólico. Recebeu a sagração episcopal em 6 de Outubro de 1850, com a idade de 42 anos, adicionando ao seu nome o de Maria. O novo Arcebispo chega a uma diocese extensa em superfície, mas pobre material e espiritualmente. A sua primeira preocupação foi edificar um seminário para formar muitos e santos sacerdotes, mas teve também de velar pela reforma do clero existente. Por conseguinte, insta a todos os sacerdotes a passarem um mês por ano no seminário para aperfeiçoarem os seus estudos.
O contexto político de Cuba é difícil. Os negreiros locais censuram o novo Arcebispo pela sua mansidão e consideram-no revolucionário, enquanto os separatistas o censuram pelo facto de ser espanhol. Apesar deste contexto, o santo permanece em paz: «Permanecerei na Cruz até que o Senhor me remova os cravos!». Aos que desejam vê-lo a replicar aos seus inimigos, responde: «Deixem-nos; sei o que é conveniente fazer. As perseguições mantêm-me na humildade e na resignação. Sofro devido à ofensa que fazem a Nosso Senhor, mas ajudam-me a atingir o meu objectivo e oferecem-me uma oportunidade de sofrer pelo amor de Deus».
Então, uma grande desordem moral impera em Cuba, onde muitas pessoas coabitam sem serem casadas. O Arcebispo Claret visita a diocese, prega missões e regulariza as situações matrimoniais.
Esse desvelo pastoral do santo prelado em favor do matrimónio cristão é completamente compreensível, já que a relação íntima da união do corpo entre um homem e uma mulher é um acto que tem um significado profundo. Indica a exclusiva, total e definitiva entrega de si mesmo ao outro. Por isso só é legítima quando as pessoas se entregaram uma ao outro através do matrimónio. «Que pode significar uma união em que as pessoas não se comprometem uma para com a outra e, com isso, atestam a falta de confiança, em si mesmas ou no futuro?», pergunta o Catecismo da Igreja Católica, que prossegue afirmando que o concubinato e a “união livre” são situações que “ofendem a dignidade do matrimónio, destroem a própria ideia da família; enfraquecem o sentido da lealdade. São contrários à lei moral: a relação sexual deve ocorrer exclusivamente dentro do casamento; fora deste constitui sempre um pecado grave e exclui da comunhão sacramental» (CEC, 2390).
Permanecer no seu posto
Durante o mês de Agosto de 1852, o Arcebispo Claret predisse um terramoto que sacudiu Santiago: nenhum edifício ficou intacto, mas, graças às orações do Santo, não houve vítimas mortais. Em 1 de Fevereiro de 1856, ele mesmo escapou por pouco de uma agressão contra ele perpetrada por um homem armado com uma navalha de barbear e que lhe produziu uma profunda cicatriz no rosto, da testa ao queixo. Depois de recuperar do ataque, o Arcebispo empreende uma viagem a Roma, onde o Papa Pio IX lhe solicitou para permanecer no seu posto. Num espírito de fé e obediência regressa a Santiago. Mas um ano mais tarde, é chamado a Espanha pela Rainha Isabel II para ser o seu confessor. No entanto, até 1860 continuará a administrar a diocese de Santiago. À sua chegada a Espanha, a rainha explica-lhe as razões da sua escolha: quer a todo o custo cumprir a vontade de Deus e assegurar a salvação da alma. Antes de aceitar o ministério, o Arcebispo Claret põe como condição não viver no palácio real, assim ficará livre para se dedicar à pregação e visitar hospitais. Durante os 12 anos em que o Santo exerce o cargo de capelão, o casal real leva uma vida muito cristã – frequência dos sacramentos, a recitação diária do rosário, leitura espiritual – e em perfeita harmonia. Os sumptuosos jantares, bailes e teatro são menos frequentes. Os vestidos provocantes desapareceram, já que Monsenhor Claret havia ameaçado, várias vezes, a rainha que se retiraria se não se pusesse fim a esse escândalo.
Isabel II é especialmente dócil ao seu director espiritual. O arcebispo Claret deu o seguinte testemunho: “A ninguém digo as coisas tão claramente como à rainha. Quando se trata de outras pessoas, estudo a melhor maneira de apresentar as verdades de uma forma menos severa, mas a esta senhora posso dizê-las de um modo completo e com toda a clareza”. As viagens da rainha são usadas por Monsenhor Claret para pregar sermões, missões e retiros por toda a Espanha.
Em Novembro de 1868, Isabel II é destronada por uma revolução, teve de se exilar em França, para onde o seu confessor, que definitivamente deixa Espanha, a segue. Apesar de uma saúde cada vez mais precária, Monsenhor Claret vela activamente pela colónia espanhola de Paris. Em 30 de Março de 1869, vai a Roma para participar no primeiro Concílio do Vaticano. De regresso a França, em Julho de 1870, o embaixador da Espanha pede a sua detenção, mas o Arcebispo Claret, informado a tempo pelo Bispo de Perpinhão, refugia-se na abadia cisterciense de Fontfroide, no Languedoc. Na atmosfera de paz monástica, entregou a sua alma a Deus em 24 de Outubro de 1870. Foi canonizado pelo Papa Pio XII em 7 de Maio de 1950. Na actualidade, os Filhos do Coração Imaculado de Maria ou Missionários Claretianos são aproximadamente 3.000 em todo o mundo.
Que santo António Maria Claret nos conceda a graça de um zelo renovado para a glória de Deus e a salvação do próximo, assim como a força de ânimo necessária para pregar com a nossa vida e as nossas palavras a verdade de Cristo, o único que conduz à felicidade eterna.